Tecnologia produz combustível a partir de “qualquer” biomassa
A startup holandesa Vertoro patenteou um processo termoquímico capaz de transformar praticamente qualquer resíduo da agricultura em combustíveis para substituir derivados de petróleo como a gasolina e o diesel.
A empresa desenvolveu a tecnologia para transformar a lignina em um composto estável e fácil de processar, mantendo suas propriedades naturais. A biomassa, onde está a lignina, é um dos recursos naturais mais abundantes, econômicos e renováveis do mundo.
Embora biomassas em geral contenham lignina em uma alta porcentagem (até 25%), a maior parte dela não é usada de nenhuma forma, porque é considerada difícil de processar.
A Vertoro desenvolveu um processo simples que aquece a lignina sólida por 30 minutos, em qualquer solvente orgânico, sem a necessidade de catalisadores adicionais.
Se o Brasil já é um dos maiores produtores de biocombustíveis, poderia se tornar ainda mais uma superpotência energética com o aproveitamento de subprodutos das mais variadas culturas agrícolas.
Sustentabilidade
Segundo o site da startup, o resultado é um produto que pode ser transformado em diversos combustíveis e materiais com alto desempenho, devido ao fato de as propriedades naturais da lignina serem preservadas.
Batizado “Cachinhos dourados”, em referência à fábula sobre escolhas perfeitas, o processo foi patenteado e, inclusive, despertou interesse da Maersk, uma das maiores empresas de logística do planeta.
A multinacional dinamarquesa fez parceria com a startup para construir uma planta de demonstração. A produção resultante será usada para obter combustíveis marítimos para a Maersk. A gigante da logística visa ser carbono neutro até 2050.
A planta de demonstração Goldilocks desenvolvida pela Vertoro e a Maersk está programada para iniciar as operações em 2022.
O objetivo é substituir completamente o petróleo bruto fóssil pelo “ouro verde” da lignina. (com informações da AutoEvolution).